Levantamento da empresa Sportradar, contratada pela CBF, analisa competições desde 2017.
A Sportradar, contratada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em 2017 para acompanhar jogos no Brasil e identificar possíveis casos para investigação, realizou uma análise que foi divulgada na última segunda-feira (4). Esta revelou que 109 partidas do futebol brasileiro foram suspeitas de manipulação.
Durante o ano de 2023, cerca de nove mil partidas de futebol foram monitoradas no Brasil, englobando 118 competições diferentes. Foram identificadas 109 partidas com suspeitas, o que corresponde a pouco mais de 1,2% do total. Mesmo o Brasil ainda sendo o líder global em partidas sob suspeita de manipulação, houve uma diminuição de 29% em relação a 2022, representando a primeira queda anual desde 2020.
Das competições tidas como suspeitas, 15 estavam associadas à CBF e 94 estavam vinculadas às federações estaduais. Dentre essas, 13 eram da Série D do Campeonato Brasileiro, além de uma partida da Copa Verde e outra da Série B. Não foram detectados jogos suspeitos na Série A do Campeonato Brasileiro, na Série C, na Copa do Brasil, no Sub-20 ou na Copa do Nordeste.
O relatório menciona apenas uma partida da Série B envolvendo o Tombense, um clube de Minas Gerais, em um jogo contra o Londrina, com suspeitas ligadas à distribuição de cartões amarelos. O São Francisco, do Acre, também chama a atenção, aparecendo em oito dos 15 jogos suspeitos, incluindo sete da Série D e um da Copa Verde. O Interporto-TO é o segundo time mais mencionado, com cinco jogos suspeitos na Série D de 2023.
A Unidade de Integridade foi inaugurada pela CBF no segundo semestre de 2023, dedicando-se à prevenção da corrupção em jogos de futebol. Isso veio como um reforço após a “Operação Penalidade Máxima”, que examina possíveis ligações de jogadores com esquemas de apostas no futebol nacional. Além disso, a CBF estabeleceu uma parceria com a Polícia Federal (PF) para a troca de relatórios sobre casos suspeitos identificados.